Região Centro-Oeste teve a maior taxa de feminicídios do país em 2024
Mapa da Segurança Pública, divulgado nesta quarta, aponta alta na violência contra mulheres e queda nos homicídios e crimes patrimoniais
atualizado
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O Brasil registrou 1.459 feminicídios em 2024, o maior número da série histórica, segundo o Mapa da Segurança Pública 2025, divulgado nesta quarta-feira (11/6) pelo Ministério da Justiça. Isso representa uma média de quatro mulheres assassinadas por dia no país.
A região Centro-Oeste teve a maior taxa: 1,87 feminicídios por 100 mil mulheres — superior à média nacional, que foi de 1,34. Já a menor taxa, entre as regiões, foi registrada no Sudeste (1,16 por 100 mil mulheres), embora a região tenha concentrado o maior número absoluto de vítimas, com 532 registros.
Entre os estados com as maiores taxas de feminicídio, destacam-se Mato Grosso (2,47) e o Mato Grosso do Sul (2,39). Na ponta oposta do ranking, aparecem Amapá (0,50) e Sergipe
(0,84), com os menores índices do país.
Estupros: SP teve o maior número de casos
Os casos de estupro chegaram a 83.114 em 2024, alta de 25,8% em relação a 2020. Em média, 227 pessoas foram estupradas por dia no país. A maioria das vítimas (86%) era do sexo feminino, totalizando 71.834 mulheres.
Entre os estados, São Paulo teve o maior número de casos: 13.790. Já a região Norte teve o maior crescimento proporcional na taxa de estupros: alta de 62,44%.
O ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Ricardo Lewandowski, destacou a importância da implementação de novas políticas públicas que abrangem a proteção a vida das mulheres.
“Estamos também — como já foi dito aqui — elaborando um formulário de avaliação de risco contra a violência que as mulheres sofrem, que prejudica todo o sistema operacional nos diversos campos. Nós estamos avançando. São políticas públicas novas, recém-implementadas”, declarou.
Os estados com maiores aumentos percentuais entre 2023 e 2024 foram:
- Paraíba: +100%
- Amazonas: +42,91%
- Amapá: +35,95%
- Tocantins: +34,84%
- Rio Grande do Norte: +34,32%
As maiores taxas por 100 mil habitantes foram:
- Rondônia: 87,73
- Roraima: 84,68
- Amapá: 81,96
Total de assassinatos cai 5,5%
Apesar do aumento nos feminicídios, o número total de assassinatos caiu 5,5% em 2024. Foram 38.509 mortes violentas (homicídio doloso, feminicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte), contra 40.768 em 2023.
A redução foi puxada por:
- Homicídios dolosos: queda de 6,3%
- Latrocínios: queda de 1,6%
Houve alta de 22,9% nas lesões corporais seguidas de morte.
Intervenções policiais e crimes patrimoniais diminuem
As mortes causadas por intervenções policiais caíram 4%, ando de 6.391 em 2023 para 6.134 em 2024.
Nos crimes patrimoniais, todas as modalidades tiveram redução:
- Roubo de carga: -13,6%
- Furto de veículo: -2,6%
- Roubo de veículo: -6%
- Roubo a instituições financeiras: -22,5%
Mais drogas apreendidas e menos armas
As apreensões de drogas aumentaram em 2024. Foram 1,4 mil toneladas de maconha (alta de 10%) e 137,3 toneladas de cocaína (alta de 5,5%) — o maior volume dos últimos cinco anos.
Os dados não incluem informações de Minas Gerais e Rio de Janeiro, que não enviaram seus números ao Ministério da Justiça até o fechamento do relatório.
As apreensões de armas de fogo caíram 2,6% em relação a 2023. No entanto, o número de fuzis apreendidos subiu 43%: foram 1.957 unidades em 2024, contra 1.365 no ano anterior.