Justiça aplica multa de R$ 100 mil caso enfermeiros façam paralisação
O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF) marcou para esta quarta-feira (11/6) uma “greve” de 12 horas
atualizado
Compartilhar notícia

O desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Leonardo Bessa determinou, nesta terça-feira (10/6), multa de R$ 100 mil para cada ato de paralisação dos enfermeiros da rede pública da capital do país.
O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF) marcou para esta quarta-feira (11/6) uma “greve” de 12 horas, com início previsto para as 7h e término às 19h. Na decisão, o desembargador afirmou que “a notícia de nova paralisação em 11/06/2025 ocorre em contexto particularmente delicado, diante do atual surto de influenza, o que agrava os riscos à continuidade dos serviços essenciais à saúde pública”.
A multa de R$ 100 mil foi aplicada no mesmo processo no qual a Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF), que representa o GDF, questionou a greve dos enfermeiros do ano ado.
O magistrado considerou abusivo o movimento paredista de 2024 e majorou a multa relativa aos atos do ano ado para R$ 70 mil.
Bessa citou, na decisão desta terça-feira, que os enfermeiros que aderiram à paralisação do ano ado se recusaram a participar de ações do Outubro Rosa de prevenção ao câncer de mama.
Segundo as informações do processo, houve aumento de 11,1% na demanda por atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS), queda de 40,6% na oferta de coletas citopatológicas (exame de células para diagnóstico de câncer) e redução de 16,6% nas consultas de pré-natal no período da greve.
O presidente do SindEnfermeiro-DF, Jorge Henrique, disse que a greve de 12 horas desta quarta-feira (11/6) está mantida. “Essa paralisação é um grito de socorro diante das péssimas condições de trabalho enfrentadas pelos enfermeiros. A categoria sofre com um déficit de mais de 1,8 mil profissionais, o que sobrecarrega a força de trabalho e agrava o adoecimento físico e mental”, afirmou.
“Além disso, os episódios de violência nos locais de trabalho são cada vez mais frequentes. Como se não bastasse, os enfermeiros são a carreira de nível superior com o menor vencimento da Secretaria de Saúde do DF”, declarou o sindicalista.